domingo, 14 de junho de 2009

E só me lembrei hoje

Kate Winslet and Jack Black in The Holiday


Esqueci-me completamente que tenho um trabalho sobre o Ary dos Santos para apresentar amanhã. Esqueci-me, o que é que se há-de fazer? A sorte é que já tinha feito com o meu colega de grupo a parte sobre a vida do homem. Como temos que analisar dois poemas, ele ficou com o Poeta castrado não e eu com o Meu amor, meu amor. Caros leitores, eu sei que vocês são uns queridos, uns queridos! Por isso, podem-me dar a vossa opinião sobre a minha interpretação do poema que se segue? (vai em baixo) Não é para dizerem que está linda, ou coisas do género, se não for isso que acham. É para dar realmente uma opinião, críticas, o que pensarem (mesmo). Que cá a Daisy quer manter o 18 a Português (só não é 19 que isso dá muito trabalho :p).


Meu amor, meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.

Meu limão de amargura, meu punhal a escrever
nós parámos o tempo, não sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.

Meu amor, meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento

este mar não tem cura, este céu não tem ar
nós parámos o vento, não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.

Como se pode constatar, este poema fala-nos sobre o amor e sobre o que ao mesmo sentimento podemos associar.
Se por um lado todos nós sabemos que o amor é uma das melhores coisas da vida, Ary dos Santos quis aqui demonstrar que nem sempre é assim. Há muitos que o procuram, que nem uns desesperados, sem perceberem que o amor é uma coisa que acontece naturalmente e não de forma forçada. Depois de o encontrar, sem buscas obstinadas, há realmente um tempo de bonança e no qual pensamos que nada no mundo é melhor que o estado de fascinação em que nos encontramos. Porém, quando deixamos de nos sentir queridos ou quando as ilusões começam a desvanecer-se, chega a amargura. E se, como já disse, estávamos num estado tal em que dois tinham passado a ser apenas um, e no qual a inocência do amor tinha levado a que cegássemos perante o resto do mundo, é caso para dizer “nós parámos o tempo” – parámos o nosso mundo, é um facto, mas o mundo à nossa volta continuou e nós não o acompanhámos. “não sabemos morrer” significa, talvez, que não sabemos deixar o nosso amor morrer. Queremos, de forma compulsiva, fazer tudo para o salvar mesmo vendo com os nossos próprios olhos que, simplesmente, já não dá.
Tudo isto nos faz sofrer e mesmo assim continuar a acreditar, mesmo assim continuar a acreditar que paramos o que gira à nossa volta, quando na verdade fomos nós que parámos no espaço e no tempo, presos a um “meu amor, meu amor” que talvez não passe de palavras.

(é só uma orientação para ir falando)

19 comentários:

  1. Este comentário nada tem a ver com o post, mas com a imagem que colocaste. Esse filme é tão giro, adorei vê-lo.

    Beijinho :)

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  2. Metade da Laranja: olha, também eu :D ainda por cima, foi o primeiro filme que eu vi com o J. e com a minha mãe atrás de nós sem ainda saber que éramos namorados mas desconfiada como tudo. LOL

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  3. Parece-me uma leitura perfeitamente válida. A parte final então *.* :P

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  4. ~ rita: talvez tenha aplicado demasiado de mim à interpretação que fiz, não sei (mesmo).

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  5. Eu acho que estás a personalizar muito. Tenta manter um olhar mais exterior e olhar o amor como ele o sentia e não falares mesmo do que o poema te faz sentir a ti.
    De resto estás a ir muito bem :)

    Pode ser chocolate ou não?

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  6. Menino do mar: acho que tens toda a razão, disse isso na resposta à ~ rita. mas para interpretar um poema também é difícil fazê-lo! obrigada. claro que pode, eu sou louquinha por chocolate! ahah

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  7. Meu amor, meu amor
    meu nó e sofrimento
    minha mó de ternura
    minha nau de tormento

    Nesta parte ele fala da eterna dicotomia do amor, a dor e sofrimento vs a paz e o bem estar que provoca em nós.

    este mar não tem cura, este céu não tem ar
    nós parámos o vento, não sabemos nadar
    e morremos morremos
    devagar devagar.

    O está perdido, não sabe como deixar de sofrer, mas optar por algo diferente também não é opção.
    juntos conseguem tudo (parar o vento, algo impossivel)
    mas não sabem nadar nesse mar (o sofrimento que amarem-se acaba por provocar)
    É um amor autofágico, que os vai consumindo lentamente.

    Ajuda?

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  8. entao mas as tuas aulas ja nao acabaram?

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  9. sim, muito! obrigada, Menino do mar *.*

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  10. Jojozinha: só sexta, minha querida. o que te leva a pensar isso?!

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  11. então é assim eu estudo universitariamente literatura e acho que a analise que estás a fazer é um pouco superficial. Podes me dizer por exemplo em que corrente se insere a escrita deste senhor? torna-se mais simples saber se estas a seguir bem a analise. Outra coisa, estou como alguém disse anteriormente, estás a dar a interpretação que o poema te faz sentir. Eu por exemplo na leitura nunca diria k o poeta esteve em algum momento junto com a amada, ou numa relação com ela. Ele parece angustiado com o sentimento que sente e encontra-se numa profunda duvida ao k esse sentimento, o amor, lhe tras, se felicidade por o sentir se tristeza e angustia por n a ter. :) não sei s ajudei, mais tarde passo aqui para ver o que me dissest:)***

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  12. Bafejada pelas Musas: só sei que foi escrito em 1968, pouco mais. mais uma vez te digo: concordo! ainda por cima estava irritada quando escrevi isso :$ acreditem que serão uma grande ajuda! mesmo que eu não tenha paciência para mudar a minha cabulazinha, na altura vou-me lembrar dos vossos "conselhos".

    vocês são uns queridos, muito obrigada :D

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  13. Agora já percebo porque não segui literatura. Quer dizer, não sou um completo inútil. Sou sim um péssimo exemplo de interpretação de poemas. Por isso, acho melhor não emitir opinião para conseguires manter o teu 18 lol

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  14. Eu não sou grande entendedora de poemas, ou então o contrário! Vejo sempre coisas diferentes dos outros, e por acaso, na maioria, também são validas.
    Eu era aquela pessoa numa turma de 20 (mentira a minha turma era de 12) que levantava o dedo e dizia tudo ao contrário lol

    beijinhos*

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  15. Senhor das Chaves: se apanhasses uma professora como a minha, bem tangueada ia até ao 19.. mas isso era se eu tivesse pachorra para dar graxa, por isso não vamos lá xD eu para literatura não ia mesmo, é ptg das disciplinas gerais e já não é mau :O obrigada pelo teu comentário, na mesma :)

    Inês: um poema não tem só uma interpretação! por exemplo, no último teste de ptg que fiz, estava lá um poema todo filosófico, virado para o amor e tal, e um da minha turma disse que falava do aquecimento global xD não sei se está certo ou não, que a professora deve ter perdido os testes, mas como podes ver as interpretações são muitas. é o que eles dizem, talvez ponhamos demasiado de nós na interpretação, fazendo dela uma coisa muito pessoal.

    beijinho * (e pensar que sempre tive 5 a ptg até ao nono ano, e agora não tenho pachorra - a culpa é da professora!)

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  16. Daniela: of course, querida como tu és :D

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  17. AHAHAHAH não é droga, mas é quase 8D

    Beijinho

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  18. Daisy eu até te ajudava (acabei com 18 a português, se bem me lembro), mas estou tão cansado que se fizer funcionar mais de um neurónio caio p o lado...

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