quarta-feira, 17 de junho de 2009

Onde é que está o problema?

Jovens mas pais


Aqui há umas semanas, ia eu no autocarro com os phones no máximo, quando a luzinha da curiosidade me dá sinal para baixar o volume. A C. grávida! A C.!
Bem, passemos a apresentar a menina em questão: a C. é uma adolescente que faz dezasseis anos em Novembro, que mede um metro e meio e se pesar quarenta quilogramas é muito (sem exageros). E está grávida! Sinceramente, logo nem me surpreendeu. Ela e o pai do feto já namoravam há uns bons aninhos, e eu sabia que eram ambos virados para loucuras e afins. O que me admirou foi saber que quando ela engravidou, já namorava com outro! Bem, isto é um pouco de mais para a minha cabecinha (retrógrada?).
Vejamos os factos: se ela não desenvolver durante a gravidez, que pode acontecer, que condições tem o corpo dela para dar à luz uma criança? O que eu vejo é que ou se fica ela, ou a criança, ou ambas, no parto. Não é estar a ser pessimista, mas a moça dá-me pelo peito e eu nem sou alta, é mais magra que eu e eu sou esquelética! Que condições?, digam-me. O pai que lhe disse que ela nem cara tinha para levar dois estalos, por isso imaginem...
Ora, em relação à interrupção voluntária da gravidez (aborto), a qual eu muitas vezes não julgo correcta, penso que seria a decisão mais sensata. Ela terá dezasseis anos quando a criança nascer, e esta última terá um tio dois anos mais velho. Já para não falar que a C. e o namorado (?!) são daqueles adolescentes que nunca param em casa, que sempre abominaram os estudos, que não têm condições para morar sozinhos com um ser frágil do qual são responsáveis.
Custa-me perceber onde está o problema, o que é que faltou neste caso para evitar esta gravidez. Já não falo nas escolas, que sei que tentam educar para a sexualidade o melhor que podem e sabem... Mas, e os pais? Opá, porra! Pais, mães e encarregados de educação que entendam português: os vossos filhos, sejam eles rapazes ou raparigas, mais tarde ou mais cedo acabam por experimentar. Por vontade própria ou muitas vezes impingido, estas coisas cada vez são mais precoces.
Eu falo por mim, mesmo que quisesse falar com a minha mãe sobre isso, eu não conseguiria! Ela nunca, mas nunca, me pôs à vontade sobre estes temas. Se às vezes pergunto algo mais fora do normal, ela já não me responde. E eu, desbocada como sou, tenho logo que lhe dizer Deves querer que eu aprenda por fora. Com o meu pai, era exactamente o contrário: ele dizia-me tudo, e eu não me sentia sequer à vontade para ter essas conversas, porque na maior parte do tempo não fui educada para as ter com os meus progenitores.
Juro, mas juro mesmo, que não sei se o problema das gravidezes precoces está na irresponsabilidade dos jovens ou na falta de abertura em relação a estes assuntos que há na sociedade "moderna" (wtf?).

9 comentários:

  1. Se eu continuar a comer gelados desta maneira, também vão achar que eu fiquei grávido na adolescência lol

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  2. Existem várias opções: ou o casal atina e ganham responsabilidade, pq agora são pais, e obviamente terão que ser ajudados economicamente pelas respectivas famílias; ou entregam o bebé para adopção; ou, se ainda estiver em tempo, aborta, com as consequências físicas e psicológicas que tal facto acarreta.

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  3. Senhor das Chaves: és tu com os gelados, e eu com os chocolates (inclui os gelados, ahah) ;p ah, mas eu não passo dos 46kg, mais ou menos :$

    Dexter: penso que é uma adaptação da primeira opção. a rapariga é contra o aborto; calculo que sendo assim, não queira dar a criança para adopção.. e a primeira, duvido que atinem grande coisa :\ e isto, hoje em dia, é como o pão nosso.

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  4. Nunca quis tanto uma coisa.
    Obrigado pelo incentivo ;)

    beijinho

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  5. nao percebo nem quero perceber. inconsciencia dela dele dos pais, sei la. so gente parva

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  6. Intromissão da minha pessoa:

    Ainda ao almoço tive esta discussão com algumas colegas. Falou-se dos benefícios da introdução da Educação Sexual enquanto disciplina obrigatória, falou-se na inutilidade que isso poderia ser, falou-se na falta de comunicação entre pais e filhos, falou-se na abertura cada vez menor dos professores participarem activamente na educação dos seus alunos (praticamente já não podem levantar a voz porque vêm logo os paizinhos queixar-se de que os meninos ficam traumatizados...:X)

    Enfim...

    *

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  7. Ainda no outro dia a minha mãe teve essa conversa com a minha tia. Vem tudo da educação. Epah, é verdade que mesmo com uma boa educação as coisas podem acontecer. E não sei como é o caso. Mas os pais dão tudo aos meninos, não sabem dizer não. Dizem sempre sim. E depois dá nisto. Não conheço a situação da criança. Mas a maior parte é assim. Eu comecei a namorar a sério aos 15 anos. Até aos 18 namorei com a mesma pessoa. E, apesar de nunca ter falado com os meus pais sobre sexualidade não impediu que eu fosse responsável e que fizesse as coisas como deve ser.

    Para mim, os pais são os principais responsáveis. Em vez de incutirem nos filhos a responsabilidade deles (tirarem boas notas ou esforçarem-se para ter) não. Não o fazem. Mas vá, no meu primeiro namorico (aos 13/14 anos), ouvi "bronca" da minha mãe. Já me estava a dizer para eu ir trabalhar. Acabei logo com o assunto e pus-me a estudar. LOL

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  8. Eu acho que sao dos dois factores! Acho que nem todos os pais tem o avontade de falar com os filhos sobre certos temas independentemente de estarmos cada vez num mundo com mais informaçoes e com menos tabus do que antigamente. meninas adolescentes, são aquelas que querem crescer tao rapido que não tem a noçao de aquilo que estao a perder. Vivem tanto as coisas que acabam por se magoar a elas mesmas, e coincidencia ou nao, so acontece nas raparigas que nao tem condiçoes nem pa cuidar delas, quanto mais de uma criança... elas sao umas crianças como podem cuidar de outras?? Irresponsabilidade.

    Parabens pelo blog.:D

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  9. A irresponsabilidade das gravidezes precoces assenta essencialmente em factores sócio-culturais.
    Como a nossa sociedade é muito conservadora, é natural que os adolescentes procurem através do sexo transgredir os tabus vigentes, mas, infelizmente, a maioria não tem suficiente maturidade para fazê-lo com responsabilidade.
    A maioria das adolescentes engravida porque os pais não lhes permitem que usem contraceptivos, por questões culturais (ora essa, a minha filha tomar a pílula, era só o que faltava! Depois anda com uns e com outros!)

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